Eu ouvia as repercussões dos ataques do PCC aos órgãos policiais, principalmente de São Paulo nesse último final de semana. Quase tudo o que escrevi a respeito parte do princípio de que, sem uma mudança de visão do problema, que comece por mudar a priorização do problema segurança pública no país, inclusive com alteração radical na legislação, não há solução possível.
A segurança está colocada numa balança, onde no outro lado estão os direitos e as garantias individuais dos cidadãos; o equilíbro desse balança depende de abrirmos mão de um pouco das garantias em nome da segurança, e vice-versa, abrimos mão da segurança, em nome das garantias.
É tudo uma questão de escolha, de opção, se acreditamos que podemos abrir mão da segurança sem que com isso fiquemos reféns do crime organizado, ótimo. Adianta muito pouco aumentar as garantias contra os abusos do estado e depois cair nessa outra cilada, com o estado manietado, acabar caindo nas mãos do crime organizado.
O pior de tudo é que se, no caso de algum eventual abuso cometidos pelo estado, nós ainda podemos exigir justiça e reparação pelos danos, no caso de cairmos nas mãos do crime vamos reclamar de quem?
Foi interessante ver o delegado chefe do DEIC de São Paulo justificar que os ataques do PCC iriam terminar porque o crime "estava tendo muito prejuízo com isso, estava perdendo muito dinheiro" e que em seguida iria retomar a sua "operação normal". Ou seja a fé do Doutor Delegado é que os criminosos parem de atacar a polícia porque precisam voltar a atacar a população. Ah tá, agora entendi... Meus Deus do céu!